POR QUE ESCOLHER BEM UM PROFESSOR
DE MÚSICA?
Muitas
pessoas têm o sonho de cantar e tocar um instrumento musical segundo suas
expectativas. Para atingirem seus objetivos, algumas aderem à autoinstrução,
que também pode ser válida até certo ponto, para uma iniciação ou dar os
primeiros passos para aprender. Mas a
verdade é que com um professor, essas pessoas podem ir muito mais longe do que
imaginam.
2- Imagem – conmishijos.com
|
|
Por
esse motivo, a presença de um profissional habilitado que auxilie e facilite o
processo de aprendizagem é fundamental nesse caminho. Hoje em dia é muito importante falar sobre
esse assunto, porque, veja só, a lei que tornou o ensino de música obrigatório
nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, (11.769) a partir de 2008, fez com
que a música passasse a ser um conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, e
segundo a coordenação dos programas de apoio à formação: “o objetivo não é
formar músicos, mas sim oferecer uma formação integral para as crianças e a
juventude”.
A lei também isentou a
necessidade do professor ter formação específica na área, senão na área de
pedagogia, ou alguma licenciatura (o curso superior para quem quer ensinar). Talvez
pela necessidade de atender à demanda gerada pela lei, junto à ausência de profissionais
com formação na área de Educação Musical, mas a verdade é que, nem mesmo os
largos programas de incentivo à formação acadêmica em música, desde isenção de
matrícula a prazos para formação docente, divulgados pelo governo na época,
fizeram com que se evitasse o veto a essa parte importante da lei.
Sendo
assim, não é possível, salvo algumas ricas exceções, a dar vazão ao grande
sonho de tocar instrumentos ou aprender/ aperfeiçoar-se em canto nesse contexto
de ensino atualmente.
Fica
o sonho, e um longo caminho se inicia para quem deseja aprender música no
Brasil. Procurar locais, profissionais e maneiras de começar a aprender e
desenvolver o que o ensino regular proporcionou e lhe despertou o interesse ou
desinteresse (para quem é estudante hoje ou muito antigamente) ou realmente
começar do zero parece difícil, mas com uma boa escolha, os passos para a
realização desse objetivo podem estar mais perto do que se imagina.
A partir desse ponto, podemos levantar duas questões:
1
- A qualidade do ensino
2
- A formação do educador
O
que nos encaminha a uma terceira questão:
3-
A escolha de um profissional adequado
Dessa
forma, a busca por um bom profissional certamente será o diferencial para quem
deseja aprender música. Mas então, por
que é necessário escolher bem um professor de música?
Para
começar, vamos levantar mais uma questão:
O
que se espera de professor de música?
Que
ele apresente ao estudante o máximo conteúdo sobre canto ou instrumento
escolhido para aprender, repertório, história e/ou referências do que você está
aprendendo, como artistas, compositores, intérpretes, etc, além de explorar
todos os recursos técnicos do instrumento ou da sua voz possíveis para o seu
estágio de aprendizagem.
Isso
é o que normalmente se espera de um professor de música da parte do estudante,
e isso de maneira excentricamente completa, pois muitos esperam apenas grande
volume de conteúdo e alguns recursos técnicos. Encontrar um profissional que
atenda a esses quesitos não e difícil, justamente porque há bons profissionais
disponíveis, mas como escolher e, o melhor, por onde começar?
E
aí que entra um ponto essencial. O professor de música não é apenas responsável
por conteúdo, repertório e técnica. Há algo mais importante do que tudo isso, e
que é o grande segredo de por que
escolher bem um professor.
Além
de dar conta de todos esses quesitos e atualizar-se e aperfeiçoar-se
constantemente, o professor é responsável
por algo essencial e importantíssimo que faz a diferença em qualquer processo
de aprendizagem:
O
professor de música é responsável pela sua relação com a música,
e,
portanto, com o que estiver aprendendo.
Essa relação pode ser
construída de diversas formas segundo a conduta e observação desse professor, e
isso vale para crianças, adolescentes ou adultos em qualquer faixa etária. Ela
pode ser positiva ou negativa, podendo gerar bons ou maus resultados, boas ou
más lembranças e sentimentos, e gerar êxito e progressos ou interrupções e
frustrações.
E
o que compreende essa relação?
-
A forma como você percebe a música de maneira geral, interferindo na relação
que você já tem com ela (positiva ou negativa);
-
A relação positiva ou negativa que você terá com o instrumento que escolheu;
-
Boa parte de seu progresso no aprendizado e por benefícios (musicais ou não)
que você obtiver enquanto estiver praticando e aprendendo.
O afeto e encantamento pelo que está aprendendo, e,
sobretudo, a empatia que você desenvolverá pelo instrumento musical de sua escolha
fortalecerão o seu vínculo com a música, de tal forma que você conseguirá lidar
com possíveis dificuldades técnicas, comuns a todas as pessoas que estão
aprendendo algo novo. Assim, você não precisará adiar o seu sonho
de tocar ou cantar e perceberá a importância
do seu estudo regular, da sua dedicação e empenho para tocar segundo suas
expectativas.
E,
sobretudo, saiba que o professor escolhido também mostrará, nas entrelinhas, para
quem é a música, para quem serve a música. A música não é apenas para gênios ou
pessoas com extrema habilidade, é uma linguagem que pode e deve pertencer a
todos para sua própria expressão, compreensão e desenvolvimento. Portanto,
qualquer visão exclusa sobre qualquer forma de expressão artística deve ser evitada
por qualquer educador de arte, especificamente da música, pois isso fará com
que você não se ache apto ou hábil na primeira dificuldade.
O
que temos, na verdade, é uma grande diversidade de formas de aprender, de
perceber e de compreender. Um bom professor observa como você aprende, como percebe,
absorve e interage com informações novas, como lida com seu progresso e
dificuldades e como pode aprender melhor. Isso em qualquer área de conhecimento.
Mas, voltando à música, além das informações, temos a prática de tocar ou
cantar, que é realmente o que mobilizou a leitura de todo esse texto, e é
necessário, para isso, um bom professor que saiba como facilitar e conduzir
esse processo.
Depois de tudo isso,
indago: que relação você tem ou pretende ter com a música? Uma relação exclusa,
distante, em que você sinta a sensação de insatisfação e frustração por não
conseguir atingir um limite irreal e imaginário de habilidades apenas reservada
a poucos, ou uma relação saudável, em que a música seja um canal de
desenvolvimento para que você possa se expressar e realizar seu sonho, seja por
trabalho, terapia, saúde ou lazer, e que você aprenda e se desenvolva
muitíssimo (sabe-se hoje que aprender música nos traz vários benefícios além
dos musicais). Caso escolha a segunda
opção, esse deve ser o maior motivo por escolher bem, pois vimos que um professor
de música não apenas toca, canta e ensina, mas sim interfere na maneira como
nos relacionamos com o fazer musical. Fica a dica!
Daniele Garcia
é Mestra em Música pela UNESP – São Paulo,
Sócia/Coordenadora do Espaço Musical Sintonia e
Sócia/Diretora da Migrassom Produções.
e-mail: contato@musicalsintonia.com.br